25 June 2013

Mudei-me para aqui: http://olhoscombarriga.blogspot.pt
Um sítio que já tinha, renovado.

Fazia mais sentido.

25 April 2013

animais simpáticos de trás-os-montes











Animais pachorrentos, que olham com curiosidade a passagem de humanos; curiosidade que se traduz em cumprimentos, em mimos, em brincadeiras ou no pânico daquela vaca que não sabia onde se meter e fugiu pelo monte abaixo. Gado que apascenta em ruínas de uma aldeia fantasma, burricos que espreitam no silêncio de uma das aldeias mais bonitas de Portugal. Onde não se vê ninguém para além de que cultiva o seu pequeno quadrado de terra e o esporádico turista, que veio espreitar para lá do sol posto, e que se desafia a pensar que a distância de cá a lá e de lá a cá é exactamente a mesma.

13 March 2013

querido zambujo







Braga, 11 de Novembro de 2012

Ontem, a noite transformou-se em divagações emprestadas aos poemas que a tua voz cristalina devolveu ao público naquele teatro, como dizias, magnífico. Gosto de voltar ali. Gosto de regressar aos momentos em que a música me leva a estados de consciência, de perspectiva, que não vou buscar a mais lado nenhum. Mas ontem, Zambujo, ontem a tua simplicidade passou da certeza de um serão bem passado, à surpresa de perceber que afinal estávamos todos a ser levados na tua cantiga.
Quando disseste que havíamos de nos encontrar em qualquer esquina da cidade, bêbedos, tive curiosidade. Eu, e cada um de nós, sentados naquelas cadeiras, sabendo, ao mesmo tempo, que era para cada um e não era para ninguém.
Por isso, peguei em tudo o que me fizeste sentir e fui. Roubei-te a simplicidade e a pureza dos sentimentos, mas não bati a cidade; transplantei-os para o meio da serra, para o raro privilégio de ver o dia a nascer, de ver as silhuetas das serras tomarem forma e cor. Salpicadas de branco, reluzentes na luz ténue da manhã. Simples pureza. Como nas tuas cantigas.
Só assim tudo fez sentido. Na verdade, nem te queria conhecer. Não é por desprezo. É só porque, egoísta como sou, quis roubar-te o sentimento e transformá-lo numa coisa só minha.

1 February 2013

coração da serra

 



  


Fico sempre muda quando se proporciona o momento de descrever o que sinto quando olho. Durante a caminhada, vou mantendo a conversa, distraio-me com os passos e a respiração, a água e a companhia. De soslaio, vou-me maravilhando com o que vejo. Pegar na máquina fotográfica é o meu diálogo, mas não há imagem que substitua aquilo que sinto, seja nos Alpes, seja na Serra do Gerês. À sua maneira, são todas grandiosas, e o seu silêncio e imensidão mexem mais comigo do que incontáveis coisas neste mundo.

Ermida de Nosa Señora do Xurés - Minas das Sombras - Pico da Nevosa (quase!) - Minas dos Carris -  Vale das Sombras - Ermida de Nosa Señora do Xurés

25 January 2013

reflexos e estatística


O tempo muda-nos, como as correntes. Mas os reflexos são os mesmos; entre aquilo que vamos mudando, adaptando e moldando, há uma certa constância. Revemo-nos nas mesmas acções de há décadas: se era preguiçosa, ainda o sou. Se era distraída, continuo a ser. Se procurava com afinco conhecer o porquê das coisas serem como são, ainda hoje não consigo explicar uma coisa que não perceba bem.
Mas dissimulado no reflexo que parece constante, está o efeito da erosão. Devagar, com o tempo, e à medida que vamos pagando a consequência dos nossos defeitos, a paisagem vai-se moldando.

E hoje, por uma rara vez, preparei uma aula com antecedência. O resultado será, espero, perceber o porquê dos testes estatísticos serem como são.

17 December 2012

olhar para a frente também é olhar para trás


Amanhã regresso a casa, depois de mais de duas semanas a viver literalmente da minha mala. Nessa mala não levo só roupa suja: levo objectivos concretizados, fotografias, memórias e ideias. Gosto de viajar, gosto de conhecer sítios novos, de rever sítios e pessoas de quem gosto, de descobrir coisas que não conheço nos sítios que já conheço. Gosto de sair do meu casulo, onde tanto tempo passo sozinha e de sentir o pulsar de outros ritmos, outras vidas, outras possibilidades.
Levo listas de coisas para fazer hoje, amanhã, daqui a uma semana, daqui a um mês. Muitas, provavelmente sofrerão o drama das coisas inacabadas, dos projectos esquecidos, relegados para segundo plano. Com isso não me importo: preciso delas para me organizar, para me reinventar nos desafios que vou colocando a mim mesma. E no lugar de me sentir culpada por não ter concretizado muitos deles, acho que o segredo está em apreciar o sentimento de superação quando conseguimos riscar mais um.


Hoje (finalmente) percorri o tão afamado trilho entre o Pico Ariero (1818m) e o Pico Ruivo (1861), o terceiro e o ponto mais alto da Madeira. O regresso, pelo mesmo trilho, não estava nos planos, mas presenteou-nos com um sol a pôr-se atrás das nuvens, projectando no céu as cores mais incríveis que alguma vez vi.

Um final de dia poderoso para duas semanas cheias de percalços, trabalho, ideias, encontros, sorrisos, lágrimas, um aniversário, novos projectos e uma pilha de listas de coisas a fazer interminável. Venha o Natal e este novo ano que será, no mínimo, um desafio pegado.

4 December 2012


De volta ao caderno virtual das anotações, pensamentos e imagens sobre um quotidiano que se quer partilhado com quem não está tão perto quanto desejável.